quinta-feira, 6 de junho de 2013

Quando é Difícil Criticar o Bonzinho

É fácil apedrejar o cara mau. Ninguém tem muita pena daquele que fala o que pensa, do que não está nem aí para os outros, daquele que não cumpre regras ou que está sempre se colocando a frente dos demais, muitas vezes de maneira não muito cortês.

A estas pessoas, não nos causa surpresa quando algo errado é descoberto. Quando o jogador marrento é pego no doping, quando aquele executivo arrogante é demitido por desvio de verbas ou quando o político corrupto faz um haraquiri, sentimos uma espécie de justiça divina sendo aplicada.

O que bagunça com nossos sentimentos é quando descobrimos o lado negro da força no cara que era bonzinho. Ficamos com um tipo... será?

Em 1993, o goleiro Zetti foi flagrado num exame antidoping para cocaína durante as eliminatórias para a copa do mundo.

- Puxa, mas o Zetti? O Zetti é um cara tão legal, tão família... espero que dê tudo certo.

E deu. A defesa alegou que a substância era derivada da ingestão de chá de coca e o goleiro foi liberado.

Se o mesmo goleiro Fabio Costa tivesse sido flagrado, seria que o sentimento seria igual?

O Paulo Maluf ser condenado nas ilhas Jersey é motivo de festa... aí descobrimos que o Demóstenes Torres também fazia falcatruas... puxa vida, o Demóstenes?...caramba...

Todo mundo anda meio consternado com a revelação de que a negociação de Neymar com o Barcelona estava pré acertada há mais de um ano, ainda antes do encontro entre as duas equipes em Tóquio. O jogador negou qualquer tipo de contrato em inúmeras oportunidades ao longo destes 18 meses, mas todas se tornaram sem valor frente à declaração do cartola catalão.

- Mas será? O Neymar, menino bom, namorado da Marquezini? Será? Acho que não...

Pois é, o Neymar.
Receberia o mesmo tratamento da imprensa e torcida se o caso tivesse ocorrido, nos mesmos moldes, com o Ganso?

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